Estresse pré-casamento (TPN)

Como lidar com o nervosismo, medo e desencontros de opiniões do casal e da família no período que antecede o casamento? O estresse pré casamento denominado TPN – Tensão pré-nupcial é o assunto abordado pelo Noivas em Santos para auxiliar o casal nos momentos difíceis antes do ” sim ” .

São muitas decisões a serem tomadas, do simples bouquet da noiva até a famosa lista de convidados e esta fase demanda muito entendimento para evitar sofrimentos e desavenças que podem minar o relacionamento.

O psicólogo e hipnoterapeuta Bruno Farias esclarece no texto a seguir , o que é TPN e como evitar danos afetivos ao casal nessa importante jornada.

1) Bruno, como evitar a TPN – Tensão pré-nupcial ?

– Primeiramente precisamos levar em consideração que organizar um evento tão importante como um casamento, vai exigir de nós muito trabalho e dedicação.

Naturalmente isso vai nos cansar, vai tirar nossas energias. Mas precisamos lembrar que há uma enorme diferença entre cansaço e estresse.

O cansaço se resolve descansando, simples assim. O estresse deve ser evitado a todo custo! Mas para evitá-lo, precisamos compreender como ele se origina.

No caso das noivas, o estresse se apresenta pois muitas delas não “colocam os pés no chão”. As noivas desejam que o casamento seja exatamente ou melhor do que em seus sonhos, então acabam estourando orçamento (nesse ponto geralmente começam as confusões com o futuro marido), ou acabam ouvindo demais os palpites alheios (falaremos melhor sobre esse ponto mais pra frente), ou exigem demais de todos, de cada detalhe. A perfeição é uma grande inimiga da felicidade. É necessário encarar o casamento e sua organização como um ato de amor, a celebração de uma vivência amorosa saudável e tranquila. Escolhendo cada detalhe com os pés no chão e levando na esportiva caso seja preciso algum improviso.

Noivas que pensam que o importante é viver de coração o momento, conseguem passar por essa fase sem TPN.

2) E os palpites da família e amigos, como levar as intromissões numa boa?

– Esse ponto é muito delicado e pretendo responder com o máximo de precisão possível, vamos lá:

Existe dois graves erros que podemos cometer em nossa vida social, o primeiro é dar ouvidos a todos e todas sem exceção. O segundo é não ouvirmos a ninguém, sem exceção.

O que a Psicologia nos propõe é que, precisamos ter em mente o que realmente PODEMOS fazer, e o que nosso ORÇAMENTO pode realizar.

Sendo assim, se a noiva QUER um determinado detalhe, o noivo concorda, e eles podem conseguir isso sem maiores problemas, RESPEITOSAMENTE temos que nos impor para amigos e familiares que pensam diferente, mas lembre-se de fazer isso de forma RESPEITOSA. Afinal nem sempre quem pensa diferente é nosso inimigo não é mesmo? Por exemplo, já atendi um caso onde os noivos haviam “fechado” a lista de convidados, o buffet estava lotado e todos os amigos e familiares haviam sido convidados.

Porém a mãe de um dos noivos era frequentadora de uma determinada religião e impôs que a igreja inteira deveria ser convidada. O grande detalhe é que nem o noivo nem a noiva conheciam aquelas muitas pessoas que iriam na festa por uma determinação religiosa da mãe.

Num caso delicado como esse, precisamos nos impor. RESPEITOSAMENTE negar o pedido da mãe, explicar a ela que nosso casamento não está acontecendo para atender aos caprichos e desejos dela. Se a mãe vai compreender ou não, é outra história, o que importa é que, compreendendo ou não, os convidados que irão na festa são APENAS os escolhidos pelos noivos, e aqueles que cabem em nosso orçamento.

Se alguém precisa sair frustrado nessa história, que seja a mãe, pois ninguém deveria se casar se for para satisfazer as vontades alheias.

Porém é importante a prática da humildade, as vezes uma pessoa observou algo que passou despercebido pra nós, ou, a pessoa realmente ofereceu uma ideia melhor. Não custa nada voltarmos atrás e escolhermos o que nos fará bem, correto? A humildade e a consciência racional devem sempre andar lado a lado.

3) E a questão da auto-imagem, excesso de ansiedade para estar estéticamente apresentável ?

-O mundo pós-moderno possui muitas armadilhas e vícios. Um deles é nossa escravidão com a estética. Acreditamos que somos “feios” por não nos apresentarmos dentro dos padrões que aparecem na TV e no cinema.

Recomendo a busca por uma terapia de qualidade para que esses sofrimentos desapareçam.

A psicologia não tem nada contra buscarmos saúde e, por que não, estarmos nos sentindo bem. Esse não é o problema, o mal está no vício, no sentimento constante que nossa vida poderia ser melhor se eu fosse mais magro, menos barrigudo, mais alto,  se não fosse careca etc e etc.

Para as noivas nosso conselho é fundamental:

Deixe seu coração bonito!

Na cerimônia, na festa,importe-se com o amor que você receberá e doará. Nada é tão belo quanto um sorriso sincero, um abraço fraterno, um olhar de carinho. Arrume-se, fique linda, passe o dia no salão se você desejar, mas apaixone-se por aquela que você vê no espelho. Ela merece sim todo o seu prestígio e amor. Não se importe se aquela que você vê no espelho não parece com a atriz do cinema, importe-se apenas em ser muito, mas muito feliz com as oportunidades que você pode viver.

Lembre-se de mudar sua visão, caso você queira ver com mais importância aquele “defeitinho” físico, do que as maravilhosas dádivas que te cercam. Se não mudar sua interpretação, sua mente pode fazer voce acreditar  que toda a sua vida vai mal apenas por você não se parecer com aquele modelo da TV. Pense um pouco, praticar mais gratidão irá transformar profundamente sua vida, não é mesmo?

4) O medo e insegurança ao entrar na igreja, na festa, ao se apresentar para tanta gente, como amenizá-lo ?

– Pense assim : Estou saindo para jogar bola com meus amigos e alguns conhecidos. Se eu chegar no campo querendo muito vencer, fazer mil boas jogadas, sem cometer nenhum erro, almejando ser o melhor de meu time, etc e etc.

É claro que esse jogo vai se tornar um estresse para mim. Nossa mente, trabalha para evitar que passemos pela humilhação de não atingirmos nossos objetivos. Então, ela começa a fantasiar, imaginando tudo de errado e ruim que pode vir a acontecer, trazendo a sensação negativa por estar vivenciando tudo aquilo. Quando paramos para pensar que na verdade todo tormento está em nossa mente, é fruto de nossa imaginação, pode ser tarde demais.

Caso eu saia para jogar bola de forma descontraída, vou querer ganhar o jogo, mas tudo bem se perder, afinal é apenas diversão, descontração. Se eu jogar mal, se não for o meu dia, tudo bem, não vou dar um significado terrível para isso, está tudo bem.

A psicologia sabe que o casamento é muito mais importante que um jogo de bola, mas o princípio é o mesmo, ou seja, os noivos precisam acreditar que estão participando de um evento onde amor e alegria são os ingredientes principais.

Ame cada momento, ame a possibilidade de entrar na igreja, de olhar seus amigos sorrindo e acenando, de ver a expressão em seus pais e familiares. Sinta a alegria desse momento e, seja o que Deus quiser!

Tudo bem se houver um pequeno atraso, tudo bem se eu gaguejar de nervosismo na hora em que falar ao microfone, tudo bem se aquele tio apareceu no casamento com a barba por fazer e vestido de forma ridícula, esse é o jeito dele, aprenda a rir disso. Pense em como poderá gargalhar com seus filhos quando mostrar as fotos do casamento e virem o tio tão desarrumado.

Encarar o evento dessa forma, fará com que o amor e a alegria possam ser profundamente experimentados.

Caso você veja esses ou outros detalhes como um erro, uma derrota, algo que não poderia ter acontecido, você vai conseguir transformar seu casamento em um evento triste, irritado e nervoso. Pense bem, não há necessidade de transformar algo tão benéfico numa sessão de birras e cismas sem importância.

Os noivos que acompanho no consultório colocam essas dicas em prática e conseguem viver um grande e inesquecível momento, desejo de coração que vocês façam o mesmo.

Grande abraço!

www.brunofariaspsicologo.com.br

Av. Afonso Pena, 152, cj. 03, Macuco, Santos / Tel. 13 3349-1025

Bruno Eduardo Farias é psicólogo clínico formado pela Universidade Católica de Santos (Unisantos), pós-Graduado em Ciência, Saúde e Espiritualidade pela Universidade Santa Cecília, pós graduado em neurociências e psicossomática, MBA Executivo em Recursos Humanos, extensão curricular em Filosofia clínica,  tem formação em Hipnose Ericksoniana, Hipnose Clássica, Condicionativa e Letárgica e formação em Programação Neurolinguística e coaching sistêmico.